Reconciliação e Unção dos Enfermos


Os Sacramentos de Cura:
RECONCILIAÇÃO E UNÇÃO DOS ENFERMOS

Pelos sacramentos da iniciação cristã, o homem recebe a vida nova de Cristo. Ora, esta vida, nós trazemo-la “em vasos de barro”. Por enquanto, ela está ainda “oculta com Cristo em Deus” (Cl 3, 3). Vivemos ainda na “nossa morada terrena”, sujeita ao sofrimento à doença e à morte. A vida nova de filhos de Deus pode ser enfraquecida e até perdida pelo pecado.
O Senhor Jesus Cristo, médico das nossas almas e dos nossos corpos, que perdoou os pecados ao paralítico e lhe restituiu a saúde do corpo quis que a sua Igreja continuasse, com a força do Espírito Santo, a sua obra de cura e de salvação, mesmo para com os seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramente da Penitência e o da Unção dos enfermos.
(Catecismo da Igreja Católica, nº 1420-1421)

1.            O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO

Parábola do Filho Pródigo, [o pai que] vê o filho de longe: porque o esperava, ia até o terraço para ver se o filho voltava. Coração de pai. E quando chega, e começa aquele discurso do arrependimento, ele lhe tapa a boca e faz festa.
(Papa Francisco)

Um padre franciscano idoso tinha o hábito de incentivar a crianças a se confessarem e não terem medo deste sacramento. Depois de pedir às catequistas que ensinassem a fazer o exame de consciência, acolhia as crianças escutava seus pecados enquanto rabiscava uma folha em branco. Depois do perdão apagava os rabiscos e dizia à criança: esta folha não tem nada, está limpa e o seu coração também. Deus te perdoou.
Caro paroquiano, não tenha medo deste Sacramento. Por ele, Deus lhe dá a graça de ver, escutar e acolher a sua misericórdia eterna. Eis algumas perguntas e passos importantes, recolhidos do site da Diocese de Bragança Paulista:


1             – Exame de consciência

• Num momento e local adequados, isto é, calmo e silencioso, com sinceridade de coração, coloque-se em oração e reflita sobre tudo aquilo de mal que você pensou, disse, fez ou não fez, ou seja, pensamentos, palavras, atos e omissões.
• Um bom exame de consciência deve conter os pecados cometidos contra Deus, contra o próximo, contra si mesmo e contra a criação (natureza).
• Os Dez mandamentos, os sete pecados capitais ou um roteiro de exame de consciência pode te ajudar nessa reflexão.
• Os pecados mais graves, ou seja, aqueles que mais o fizeram sentir culpado desde a última confissão são os que você deve dizer ao sacerdote.
• Anote para não correr o risco de esquecê-los.


2 – Contrição ou Arrependimento

• Não adianta dizer ao sacerdote as suas falhas se você não se arrependeu delas.
• Antes de confessar-se é preciso tomar consciência da gravidade do mal cometido.
• Perceber o quanto o seu pecado prejudicou a si mesmo e aos outros.
• Essa vergonha ou essa dor na alma vai ajuda-lo a emendar-se.
• A rejeição ao pecado inclui o firme propósito de não voltar mais a pecar.
• Somente depois de um verdadeiro arrependimento é que você deve procurar o padre.
• Se você ainda não se arrependeu continue rezando e pedindo a graça da contrição.


3 – Confessar

• Procure o sacerdote nos momentos que ele se dispõe a atender.
• Diga os seus pecados de forma clara, concreta, concisa e completa.
• Clara: indicar qual foi a falta específica, sem acrescentar desculpas ou outros culpados.
• Concreta: dizer de forma precisa, não usar frases genéricas.
• Concisa: evitar das explicações ou descrições desnecessárias.
• Completa: vencer a vergonha e não calar nenhum pecado grave.


4 – Conselho

• Não se preocupe com “o que o padre vai pensar de mim?” Ele não está ali para condená-lo, mas para ajudá-lo a se reconciliar com Deus.
• Competente ao ministério sacerdotal acolher, ouvir e apontar a direção certa.
• Após lhe dar uma orientação, o padre lhe pedirá para rezar um ato de contrição e lhe dará a absolvição estendendo as mãos sobre sua cabeça e rezando a fórmula própria para isso.
• Nesse momento o padre está agindo com autoridade divina. Quando ele diz “Eu te absolvo dos teus pecados...” é o próprio Cristo que está lhe perdoando.
• “O confessionário é o único tribunal do mundo onde você se declara culpado e sai absolvido” nos diz o Papa Francisco.


5 – Cumprir a penitência

• Todo mal cometido causa um dano físico ou espiritual. Para reparar esse prejuízo causado pelo seu pecado você deverá cumprir uma penitência.
• O sacerdote te indicará certos atos de penitência como uma oração, uma obra de caridade, etc.
• É importante cumprir esses gestos para se retomar a santidade perdida pelo pecado e voltar a ser um bom cristão.



2.            UNÇÃO DOS ENFERMOS

A quem vive na angústia devido à sua situação de fragilidade, sofrimento e fraqueza, Jesus Cristo não impõe leis, mas, na sua misericórdia, oferece-Se a Si mesmo, isto é, a sua pessoa que dá alívio. A humanidade ferida é contemplada por Jesus com olhos que veem e observam, porque penetram em profundidade: não correm indiferentes, mas param e acolhem o homem todo e todo o homem segundo a respetiva condição de saúde, sem descartar ninguém, convidando cada um a fazer experiência de ternura entrando na vida d’Ele.
(Papa Francisco, mensagem para o Dia Mundial do Enfermo 2020).

Desejamos a cada irmão e irmã que passe por sofrimentos que possa encontrar no Sacramento da unção dos enfermos o alívio e o descanso que temos quando Cristo está conosco. É uma consolação e uma força que o mundo não pode dar. Eis algumas perguntas frequentes sobre esse sacramento:

a) Recebe-se esse sacramento só na hora da morte?

Antigamente era chamado de extrema unção e dessa forma associado com a hora da morte, mas o Concílio Vaticano II resgatou a compreensão bíblica de que não é um sacramento de morte, mas de vida e de recuperação. Assim pode ser recebido em ocasiões onde a saúde se veja abalada, quando se vá passar por cirurgias ou procedimentos mais arriscados.
Qualquer pessoa enferma, mesmo que não corra risco de morte, ou com mais de 60 anos pode receber esse sacramento. Um idoso ou doente pode receber o sacramento da Unção todos os anos, sem nenhum problema.


b) Qual o texto bíblico de inspiração?

Além da atenção de Jesus com as pessoas que sofrem, da carta de São Tiago: "Alguém entre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-os com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá em pé" (Tg 5,13-15).

c) E quanto ao risco de morte iminente?

“Ainda que possamos ungir sacramentalmente uma pessoa no momento da enfermidade e da velhice, o ideal é que a pessoa receba esse sacramento na hora da morte, da agonia final. Mas, se isso não acontecer, seja por causa de morte repentina ou mesmo pela ausência de um padre, não pense que Deus vai ficar chateado ou que a pessoa não será acolhida por Ele” (do Portal A12.com)