Crônica da Semana - ESTAMOS NA PANDEMIA, MAS É PÁSCOA!
ESTAMOS NA PANDEMIA,
MAS É PÁSCOA!
Adalton
Cristino Borges
Estamos vivendo o período mais crítico e
perigoso das nossas vidas em todos os sentidos. Assim cada um de nós em nossa
religiosidade e fé devemos unirmo-nos em oração, solidarizarmo-nos e amenizar
de alguma forma as necessidades de muitos que já estão no limite e ainda poderão
ter aumentada sua condição de vulnerabilidade.
Devemos cuidar também dos
nossos familiares e amigos e de nós mesmos, agradecendo as condições que temos
e merecemos e saber bem utilizá-las sem desperdício e partilhar o que pudermos.
Não sabemos ao certo o que acontecerá, mas até que chegue o fim desse caos, as
coisas boas terão que ser melhor valorizadas e as não tão boas enfrentadas com
resiliência.
Nosso país faz parte deste
mundo sim e não pensemos em nossa “inocência” ou cultura do “jeitinho
brasileiro” de que somos imunes e diferentes e que “nada nos pega” ou “nos
influencia”, mas muito pelo contrário, nestes dias, estamos sentindo de uma
forma avassaladora que somos mais vulneráveis do que pensávamos e que o nosso
sistema e todos os governantes, as autoridades responsáveis e grandes
empresários estão divididos e de alguma forma isolados sem ainda ter decidido o
que realmente vale mais a pena e o que fazer para amenizar os efeitos desta
catástrofe em favor da maioria.
Não conseguimos mais
mensurar o alarmante número de óbitos diários e toda essa “crise” que acontece
em efeito cascata.
Precisamos dispensar
mais atenção ao que é importante neste momento, pois cada um, realizando bem o
que lhe cabe realizar e opinando, criticando com coerência e firmeza, tudo
poderá ser definido em melhor consenso e com significativas soluções.
Estamos cansados,
estressados, pois fomos surpreendidos e não soubemos preparar-nos e agir pelo
menos uma vez de forma mais séria e contundente. Agora temos que nos manter
unidos, caminhar na mesma direção, lutar juntos, nos dispormos a continuar
acreditando que a vitória virá, pois Deus não nos abandonou e estamos sob Suas
Mãos sempre, mas em sua realeza, sabedoria e bondade não interfere em nosso
livre arbítrio.
Que Deus nos abençoe e
que sua proteção chegue a todos, assim como os raios de sol que não escolhe
onde e a quem iluminar e aquecer!
E
em meio a esta pandemia, tenho ouvido comentários que esta Páscoa será
diferente, mas diferente como?
Caso
estejam comentando que a Páscoa será diferente, pois muitos de nós vamos nos
comportar de um modo inédito e assim mais conscientes e solícitos em favor de
amenizarmos a agonia e de estendermos nossas mãos a tantos que esperam o mínimo
da nossa solidariedade, aí sim eu concordo. Mas o que estamos vendo são os
estoques de ovos de chocolates no fim, as prateleiras de bebidas alcóolicas
sendo dizimadas, pois os decretos podam a sua venda, enormes filas em peixarias
e supermercados em busca de um “carnudo bacalhau” e, em outro extremo, o colapso do sistema de
saúde, a escassez de oxigênio e medicamentos básicos, as fraudes na aplicação
de vacinas, o desperdício e a “enganação” por parte de alguns pontuais “profissionais”
que agindo de forma inescrupulosa “judiam” e ficam ludibriando nossos idosos,
mas que não mancham ou diminuem nosso respeito e agradecimento à classe dos
guerreiros da área de saúde que travam uma guerra sem trégua nas trincheiras de
casa hospital ou posto de pronto atendimento da nossa nação.
Lógico
que é válido preservarmos os costumes e as tradições advindas da Páscoa e em
comportamentos seguros celebrarmos a Páscoa em casa junto a família e realizarmos
a costumeira ceia, mas parece-nos que quase ninguém ainda se conscientizou da
gravidade da situação e vivem seus dias olhando somente para seu próprio rosto
num espelho que reflete a vaidade, numa condição falsa de superioridade e
imunidade. Onde deixamos e ocultamos as genuínas virtudes de caridade?
Que
possamos sim desfrutar dos nossos alimentos e bens, mas que possamos refletir e
agir de forma mais cristã e partilhar do que temos com imensa generosidade.
Precisamos
conscientizarmo-nos com devida seriedade desta tragédia que o mundo atravessa e
fazer com que esta Páscoa se torne um novo marco para que ela aconteça e seja
celebrada no real significado de RENASCIMENTO!
Eu
acredito que esta Páscoa não será diferente para todos aqueles que a entenderem
e a vivenciarem, proclamando que Jesus Cristo ressuscitou e vive e que seu
poder e glória jamais serão superados! Mas ela infelizmente será diferente para
muitos que sentirão a solidão, a tristeza causada pela morte dos seus entes,
pelo desemprego que os assombra, pela desinformação, pelo descaso que os
excluem em receber seus direitos básicos para sua sobrevivência.
Creio
que eu e você possamos sim colaborar para que esta Páscoa realmente aconteça em
nossa vida se colocarmo-nos com mais humildade, coragem e fé diante dos nossos
problemas e assim também de modo fraterno aos nossos irmãos.
Feliz
Páscoa, pois sabemos o que ela significa! Mas seu significado será perfeitamente
entendido e eficaz se nossas atitudes forem realmente dignas e inspiradas
Naquele que por nós se entregou e mostrou como a sua ressurreição que o amor
vence a morte!