Crônica - 31-05 - Teologia da caridade
Teologia da caridade
- Eduardo (Teddy) -
A vida passa e a cada
fase, Deus nos permite um olhar
diferente para refletir sua palavra.
Lembro-me da catequese de primeira eucaristia com a Tia Tânia lá na
comunidade Santa Rita, paróquia Divino. Aprendendo
da Bíblia as passagens e parábolas mais clássicas: O Semeador, As bodas de Caná, O filho pródigo, entre tantas.
Anos depois, terminando a
catequese de crisma, tornava-me auxiliar de catequista de crisma, uma espécie
de estágio para aprender e assumir uma turma no ano seguinte.
Depois de 40 anos vividos e um pouco mais, ainda me vejo aprendendo com a parábola do filho pródigo.
A música Tudo é do Pai,
do Pe. Fábio de Melo, mais contemporâneo, ajuda a refletir: o pecado e a reconciliação do filho e a
empatia e generosidade do pai.
O filho, cheio de orgulho parte em viagem, com a certeza de que não precisa de
ninguém, uma autossuficiência pura.
Percebe-se então que o pecado é particular, íntimo e secreto
de cada ser, somente o próprio indivíduo conhece sua fraqueza.
A intimidade com Deus
também é saber que Ele é o único que nos
conhece.
Dizia santo Agostinho: "Deus
é mais íntimo a mim, do que eu mesmo."
Sendo assim, o pecado, “Cada um cuida do seu, isso já basta.”
O exame de consciência é a reflexão íntima eu e Deus, a Igreja nos
leva a essa reflexão dos nossos atos.
Gerações passam, hábitos
mudam, mas nossa Igreja não vive a
teologia do pecado e do castigo eterno.
A Igreja de Jesus Cristo é do amor ágape, de fraternidade, vida de
comunidade de tratar “O próximo como a ti mesmo”.
Não é da filosofia do pecado, porque o “Cordeiro de Deus é que tira o pecado do mundo.”
A parábola então revela
que o amor é o mais importante.
O amor do pai pelo filho, nos tempos de hoje podemos chamar de “empatia”.
Estranhamente aos nossos
olhos, o pai permite ao filho partir.
A empatia ou a caridade, tem vários nomes, ela é coletiva o contrário do pecado individualista. Então podemos
distribuir à vontade: um sorriso sincero
ou um seja bem-vindo caloroso e
acolhedor.
Praticar a empatia diariamente realiza milagres.
Quando nos falta essa empatia ou amor ágape, buscamos a reconciliação na mesa da palavra e na mesa da eucaristia.
Rezamos repetidamente: “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.”
Mas o Cordeiro imolado não vai tirar o pecado do mundo
novamente como “no dilúvio”.
Na mesa da eucaristia, a última oração do rito da comunhão é: “Felizes os convidados para a ceia do
senhor, eis o Cordeiro de Deus,
aquele que tira o pecado do mundo.
Inspira uma proposta
diferente: “Cordeiro de Deus que tira o
pecado do meu coração.”
Assim o Cordeiro veio restaurar.
“... Tira o pecado do meu coração e coloca compaixão, coloca generosidade.”
“... Tira o pecado do meu coração e coloca empatia e caridade.”
Nossa oração particular
em resposta à apresentação do Cordeiro, sugestiona: “Senhor eu não sou digno que
entreis no meu coração, mas me esforçarei para ser uma pessoa melhor.”
Porque quando há empatia, caridade e
generosidade, milagres acontecem!
Sabe o que ficou pra trás?
Nem deu tempo de
partilhar a tamanha generosidade do pai.
Quem quiser relembrar a
parábola toda, ela está em Lc 15, 11-32.