Informação Especial - 25/06 - É tempo de cuidar (Ir. Mônica)
Irmã Mônica de Barros destaca quatro eixos da existência humana que devem ser cuidados
É
tempo de cuidar
“Se nós estamos mal
cuidados, mal humorados, mal vividos, adoecidos, como é que nós vamos enfrentar
uma pandemia?” O questionamento é da irmã Mônica de Barros, religiosa da
Congregação das Filhas de Jesus, convidada da live “É tempo de cuidar” de
terça-feira, 23 de junho. Com atuação na terapia natural, irmã Mônica
apresentou quatro eixos da existência humana que devem ser cuidados na
perspectiva da saúde integrativa.
“Nós temos que estar em
bom estado para cuidar do estado dos outros”, afirma a religiosa que, em seu
trabalho no interior mineiro tem “tentado despertar as pessoas para os cuidados
com a vida e a vida com mais qualidade”.
Quatro eixos
Conhecida por irmã Mônica,
a religiosa Porcina Mônica de Barros explica que a saúde integrativa, que
consiste no cuidado do ser integralmente, envolve quatro eixos de nossa
existência, “que infelizmente nesse mundo do capitalismo é tudo esquecido, só
tem a questão do produzir”. São eixos ou ângulos que devem ser cuidados: a
saúde emocional, a energia, a espiritualidade e o corpo.
Saúde emocional
Cuidar da saúde emocional,
segundo irmã Mônica, consiste em cultivar, apreciar “uma boa música, uma boa
amizade, uma boa conversa, uma espiritualidade, uma amizade com Deus mais
profunda, o saber perceber os presentes de Deus na vida para sermos pessoas
alegres, o verde da natureza, o cantar dos pássaros, o romper de uma
cachoeira”. É preciso dedicar tempo para tudo isso.
Também é necessário ter
afeto: “não temos carinho com as coisas, agora diz que não pode abraçar, não
pode beijar, mas isso já fazia, há tempo que não acontecia, um corre-corre e
não dá tempo de nada. Os pais não estavam vendo os filhos crescerem. Isso no
ângulo das nossas emoções”.
Energia
Aqui não se trata de
corrente elétrica, “mas é a força vital do organismo, do nosso ser, essa
energia nós vamos abastecê-la com alimentação saudável, sem muitos fármacos,
com exercícios físicos, saber mastigar os alimentos, saber apreciar as boas
coisas, saber passear no ar livre, curtir as sombras, curtir aquilo que nos satisfaz
alegremente, nos refaz – o banho não é só para tirar o suor do dia, é esse
contato com a nossa irmã água que faz a gente lembrar do carinho de Deus, da
ternura”. Sem essas atitudes, observa a religiosa, “estamos perdendo a energia,
a força vital em tudo isso e tudo tem que ser remediado com fármacos”.
Espiritualidade
Irmã Mônica destaca que
espiritualidade não é espiritualismo, “não é aquela reza constante, mas é uma
união perene com nosso criador e soberano Senhor”. A religiosa lembra que os
santos viviam essa presença de Deus em todas as coisas, sempre dentro do
projeto de Deus, e chama atenção para certa incoerência: “às vezes você pode
rezar mil Pai-nosso, mas não é irmão, então está recitando alguma coisa que
aprendeu, mas não tem ressonância interna. Às vezes a gente pensa
espiritualidade lendo não sei quantos livros, mas como Paulo diz, a natureza é
um livro aberto e nós não lemos nada dela, não sabemos, perdemos o costume de
contemplar, saborear os presentes de Deus que caem em nossas mãos todos os dias
e todas as horas”.
Uma proposta é fazer a
“corrente contemplativa” de um pouco de arroz no prato: “se você fizer a
corrente contemplativa deste arroz, por quantas mãos ele passou até chegar no
seu prato? Isso é carinho de Deus, isso é cuidado de Deus, isso é
espiritualidade”, garante.
Também faz parte da
espiritualidade ser uma pessoa grata, saber gozar de um sorriso de uma criança,
saber apreciar o perfume de uma flor, a beleza de uma flor, segundo irmã
Mônica, “é o que nos mantém em ligação com o nosso soberano Senhor, a Trindade
Santa que nos criou, nos conserva e mora conosco”.
“A espiritualidade é um remédio muito eficaz
para tudo. E como nós perdemos nosso cordão umbilical da espiritualidade, nós
vamos ficando pessoas vazias, nós tombamos com uma calúnia, nós tombamos com um
olhar de lado, com um pensamento esquisito, porque não temos uma
espiritualidade sólida, então estamos também, no campo da espiritualidade,
enfermos”.
Corpo
O quarto ângulo destacado
pela irmã Mônica é “a nossa massa física, que deveria ser o espelho de Deus, o
nosso corpo”. A pergunta é “Como que o nosso corpo é tratado?”.
A terapeuta natural chamou
atenção que muitas pessoas se confessam, mas não levam ao sacerdote os pecados
contra o corpo: “Eu peguei mais peso que eu devia, estou com a coluna toda
torta de tanto peso, eu tomei muito álcool, envenenei meu corpo, eu estou
vestindo uma roupa muito apertada de lycra, que eu não consigo respirar, estou
aqui imprensada, portanto, estou num nervosismo que ninguém chega perto de mim,
porque não estou aguentando, mas eu tenho que obedecer à vaidade, eu tenho que
obedecer à moda”.
Também as cores têm uma
influência importante na saúde. Para irmã Mônica, as roupas alegres “nos levam
também a um humor mais alto, a uma pessoa mais harmoniosa”.
Da mesma forma, uma tarefa
essencial é entender a diferença entre comida e alimento: “tem muita comida,
mas não tem alimento”, reflete sobre o que se encontra nos supermercados. “A
gente tem que ter cuidado com aquilo que estamos ingerindo. Será que a gente
faz a diferença entre comer e alimentar? Comer você enche, mas não nutre. O
alimento nos nutre, renova nossas energias, repõe as nossas forças”, explicou.