Informação Especial - 14/06 - Nhá Chica
Beata Nhá Chica
“Isso acontece porque rezo com fé”
Sobre Nhá Chica
História
Ainda pequena Francisca de
Paula de Jesus, que nasceu em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São
João Del-Rei (MG), chegou em Baependi (MG). Veio acompanhada por sua mãe e por
seu irmão, Teotônio. Dentre os poucos pertences, trouxeram uma imagem de Nossa
Senhora da Conceição.
Em 1818, com apenas 10 anos de idade, a mãe de Nhá Chica faleceu
deixando aos cuidados de Deus e da Virgem Maria as duas crianças, Francisca de
Paula de Jesus, com 10 anos e seu irmão, com então 12 anos. Órfãos de mãe,
sozinhos no mundo, Francisca de Paula e Teotônio, cresceram sob os cuidados e a
proteção de Nossa Senhora, que pouco a pouco foi conquistando o coração de Nhá
Chica. Esta, a chamava carinhosamente de "Minha Sinhá" que quer
dizer: "Minha Senhora", e nada fazia sem primeiro consultá-la.
Nhá Chica soube administrar muito bem e fazer prosperar a
herança espiritual que recebera da mãe. Nunca se casou. Rejeitou com liberdade
todas as propostas de casamento que lhes apareceram. Foi toda do Senhor. Se
dava bem com os pobres, ricos e com os mais necessitados. Atendia a todos os
que a procuravam, sem discriminar ninguém e, para todos tinha uma palavra de
conforto, um conselho ou uma promessa de oração. Ainda muito jovem, era
procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que
lidavam com negócio. Muitos, não tomavam decisões sem primeiro consultá-la, e
para tantas pessoas, ela era considerada uma "santa", todavia em
resposta para quem quis saber quem ela, realmente, era, respondeu com tranquilidade: "...
É porque eu rezo com fé".
Sua fama de santidade foi se espalhando de tal modo que pessoas
de muito longe começaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela,
falar-lhe de suas dores e necessidades e, sobretudo para pedir-lhe orações. A
todos, atendia com a mesma paciência e dedicação, mas nas sextas feiras, não
atendia a ninguém. Era o dia em que lavava as próprias roupas e se dedicava
mais à oração e à penitência. Isso porque sexta-feira é o dia que se recorda a
Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo para a salvação de todos nós. Às
Três horas da tarde, intensificava suas orações e mantinha uma particular
veneração à Virgem da Conceição, com a qual tratava familiarmente como a uma
amiga.
Nhá Chica era analfabeta, pois não aprendeu a ler nem escrever,
desejava somente ler as Escrituras Sagradas, mas alguém as lia para ela, e a
fazia feliz. Compôs uma Novena à Nossa Senhora da Conceição e em Sua honra,
construiu, ao lado de sua casa, uma Igrejinha, onde venerava uma pequena Imagem
de Nossa Senhora da Conceição que era de sua mãe e, diante da qual, rezava
piedosamente para todos aqueles que a ela se recomendavam. Essa Imagem, ainda
hoje, se encontra na sala da casinha onde ela viveu, sobre o Altar da antiga
Capela.
Em 1954, a Igreja de Nhá Chica foi confiada à Congregação das
Irmãs Franciscanas do Senhor. Desde então teve início bem ao lado da Igreja,
uma obra de assistência social para crianças necessitadas que vem sendo mantida
por benfeitores devotos de Nhá Chica. Hoje o INC - Instituto Nhá Chica acolhe
mais de 150 crianças entre meninas e meninos.
A "Igrejinha de Nhá Chica", depois de ter passado por
algumas reformas, é hoje o "Santuário Nossa Senhora da Conceição" que
acolhe peregrinos de todo o Brasil e de diversas partes do mundo. Muitos fiéis
que visitam o lugar, pedem graças e oram com fé. Tantos voltam para agradecer e
registram suas graças recebidas. Atualmente, no "Registro de graças do
Santuário", podem-se ler aproximadamente 20.000 graças alcançadas por
intercessão de Nhá Chica.
Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895, estando com 87 anos
de idade, mas foi sepultada somente no dia 18, no interior da Capela por ela
construída. As pessoas que ali estiveram sentiram exalar-se de seu corpo um
misterioso perfume de rosas durante os quatro dias de seu velório. Tal perfume
foi novamente sentido no dia 18 de junho de 1998, 103 anos depois, por
Autoridades Eclesiásticas e por membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de
Beatificação de Nhá Chica e, também, pelos pedreiros, por ocasião da exumação
do seu corpo. Os restos Mortais da Venerável se encontram hoje no mesmo lugar,
no interior do Santuário Nossa Senhora da Conceição em Baependi, protegidos por
uma Urna de acrílico colocada no interior de uma outra de granito, onde são
venerados pelos fiéis.