Boletim Semanal - 21/06 a 28/06



EDITORIAL
Pe. Josimar Cândido Lourenço
“Não tenhais medo daqueles que matam o corpo”.
Prossegue o sermão dos missionários da Misericórdia. O que pode nos impedir de testemunhar e anunciar a misericórdia divina? O grande paralisador das ações humanas, que é o medo. Há dois medos que temos, o medo de falar em público e o medo de que venham a prejudicar a nossa integridade física; enquanto há dois medos que deveríamos ter: o medo de perder a salvação e o medo de perder a comunhão com Jesus.
No discurso da Missão, Jesus não só diz o que devemos fazer ou o que nos espera na missão, mas diz também o que devemos temer e como vencer as situações desfavoráveis.
Ser odiados, sofrer açoites, processos em tribunais e até a morte estão entre as situações desfavoráveis de ódio. Mas em tudo isso o que se verifica é a comunhão do discípulo com Jesus, com sua estrada, o seu seguimento.
O que fazer diante das dificuldades da Missão? Deixá-la? Renunciar aos objetivos? Postergar até um momento favorável? Amoldar-se para evitar conflitos? Ficar calados e deixar que tudo siga como sempre? Não ter medo é o centro do ensinamento de Jesus. Não se deixem apavorar, que as ameaças não os façam desleais. Em suma, não mudar o caminho pela força do medo.
Duas perguntas feitas ao Papa emérito Bento XVI pelo jornalista Peter Seewald sobre o seu ministério de papa e sobre o motivo da sua renúncia ilustram bem o pedido de Jesus para sermos íntegros e perseverantes na missão. Primeiro, porque a cruz é o lugar genuíno do representante de Cristo: “o papa precisa todos os dias dar testemunho, encontra diariamente a cruz... Quando um papa sempre recebe apenas aplausos, ele precisa se perguntar se fez algo de errado. Pois neste mundo a mensagem de Cristo é um escândalo, iniciado com o próprio Cristo”. Não abandonar por medo a missão “...Nunca se pode partir quando é uma fuga. Nunca se pode ceder a pressões. É possível partir apenas quando ninguém exige isso.” E nós, como vencemos o medo nas situações difíceis?
Nas dificuldades, o evangelizador deve proclamar com mais força a sua mensagem. Deve olhar sempre para o essencial, que é a Vida que Deus Pai lhe oferece e que ninguém pode tirar. Ser fiel a Jesus, pois em confessá-lo ou negá-lo se joga a definitiva comunhão com Ele. Vale para nós guardarmos a bonita frase de São Cipriano:
“Nenhum de vós pense na morte, senão na imortalidade; 
    Não no sofrimento passageiro, mas na glória sem fim”.