Informação Especial - 01/07 - Julho, mês do Sangue de Cristo
PRECIOSÍSSIMO SANGUE
Julho, mês do Sangue de Cristo
- Professor Felipe Aquino -
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
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Muito mais agora, que estamos
justificados pelo Sangue de Cristo, seremos por Ele salvos da ira.
O mês de julho é dedicado à devoção ao Preciosíssimo Sangue de Cristo,
derramado pelo perdão dos nossos pecados. São João Batista apresentou Jesus ao
mundo dizendo: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo
1,29). Sem o Sangue desse Cordeiro não há salvação.
São Pedro
ensina que fomos resgatados pelo Sangue do Cordeiro de Deus mediante “a
aspersão do seu sangue” (1Pe 1, 2). “Porque vós sabeis que não é por bens
perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã
maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso
Sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum, aquele que foi
predestinado antes da criação do mundo.” (1Pe 1,19).
O Papa Bento XIV (1740-1748) ordenou a Missa e o ofício em honra ao
Sangue de Jesus, que foi estendida à Igreja Universal por decreto do Papa Pio
IX (1846-1878). São Gaspar de Búfalo propagou fortemente essa devoção, tendo a
aprovação da Santa Sé. Ele foi o fundador da Congregação dos Missionários do
Preciosíssimo Sangue (CPPS), em 1815. São Gaspar nasceu, em Roma, aos 6 de
janeiro de 1786.
O Papa São João Paulo II, em sua Carta Apostólica Angelus Domini, repetiu o que São João XXIII disse
sobre o valor infinito do Sangue de Cristo, do qual “uma só gota pode salvar o
mundo inteiro de qualquer culpa”.
Valor infinito
O Sangue de
Cristo representa a Sua vida humana e divina, de valor infinito, oferecida à
Justiça Divina para o perdão dos pecados de todos os homens de todos os tempos
e lugares. “Isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos
homens em remissão dos pecados” (Mt 26, 28).
Em cada Santa
Missa, a Igreja renova, presentifica, atualiza e eterniza esse sacrifício
expiatório pela redenção da humanidade. Em média, quatro vezes por segundo essa
oferta divina sobe ao céu em todo o mundo, nas Missas.
O Catecismo da
Igreja ensina que “nenhum homem, ainda que o mais santo, tinha condições
de tomar sobre si os pecados de todos os homens e de oferecer-se em sacrifício
por todos” (n. 616); para isso, era preciso um sacrifício humano, mas de valor
infinito. Só Deus poderia oferecer esse sacrifício; então, o Verbo Divino
dignou-se a assumir a nossa natureza humana para oferecer a Deus um sacrifício
de valor infinito. A majestade de Deus é infinita; e foi ofendida pelos pecados
dos homens. Logo, só um sacrifício de valor infinito poderia restabelecer a paz
entre a humanidade e Deus.
Assim, o
Sangue do Senhor nos libertou do pecado, da morte eterna e da escravidão do
demônio. São Paulo diz: “Portanto, muito mais agora, que estamos justificados
pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5,9). Por Seu Sangue,
Cristo nos reconciliou com Deus: “Por seu intermédio, reconciliou consigo todas
as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz,
restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus” (Cl 1,20).
Com o Seu
Sangue, Cristo nos resgatou, fez de nós um povo Seu: “Cuidai de vós mesmos e de
todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue” (At
20,29). “Por esse motivo, irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no
santuário eterno, em virtude do Sangue de Jesus” (Hb 10,19).
“Cantavam um
cântico novo, dizendo: ‘Tu és digno de receber o livro e de abrir-lhe os selos,
porque foste imolado e resgataste para Deus, ao preço de teu sangue, homens de
toda tribo, língua, povo e raça’.” (Ap 5,9)
Remissão dos
pecados
Hoje, esse
Sangue redentor de Cristo está à nossa disposição de muitas maneiras. Em
primeiro lugar, pela fé. Somos justificados por esse Sangue, ensina São Paulo:
“Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda
pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto, muito mais agora, que estamos
justificados pelo seu Sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5, 8-9).
“Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados,
segundo as riquezas da sua graça” (Ef 1,7).
Esse Sangue
redentor está à nossa disposição também no sacramento da confissão. Pelo
ministério da Igreja e dos sacerdotes, o Cristo nos perdoa dos pecados e lava a
nossa alma com o Seu precioso Sangue. Infelizmente, muitos católicos ainda não
entenderam a profundidade desse sacramento e fogem dele por falta de fé ou de
humildade. O Sangue de Cristo perdoa os nossos pecados na confissão e cura as
nossas enfermidades espirituais e psicológicas.
O Catecismo ensina que, pelo Sangue de Cristo, a Igreja pode perdoar
qualquer pecado: “Não há pecado algum, por mais grave que seja, que a
Santa Igreja não possa perdoar. Não existe ninguém, por mais culpado que
seja, que não deva esperar com segurança o seu perdão, desde que seu
arrependimento seja sincero. Cristo, que
morreu por todos os homens, quer que, em sua Igreja, as portas do perdão
estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (cf. n. 982).
Esse Sangue
está presente na Eucaristia: Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus. “O
cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão,
que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Do mesmo modo, depois de
haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no
meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Portanto,
todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será
culpável do corpo e do sangue do Senhor ” (1 Cor 10,16-27).
“Em verdade,
em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes
o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e
bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a
minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma
bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”
(Jo 6,53-56).
É pelo Sangue de Cristo que os santos e os mártires deram testemunho de
sua fé e chegaram ao céu: “Meu Senhor, tu o sabes. E ele
me disse: Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas
vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14).“Estes
venceram-no por causa do sangue do Cordeiro e de seu eloquente testemunho.
Desprezaram a vida até aceitar a morte” (Ap 12, 11).
É pelo Sangue
derramado que Ele venceu e se tornou Rei e Senhor:
“Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu
nome é Verbo de Deus. Um nome está escrito sobre o seu manto: Rei dos reis e Senhor
dos Senhores” (Ap 19,13-16).
Ladainha em honra ao
Preciosíssimo Sangue: