Ângelus - 17/01 - Papa: do verdadeiro encontro com Jesus nunca se esquece
Papa: do verdadeiro encontro com Jesus nunca se esquece
"No
início há um encontro, aliás, há o encontro com Jesus, que nos fala do Pai, nos
faz conhecer o seu amor. E assim também em nós surge espontaneamente o desejo
de comunicá-lo às pessoas que amamos: "Encontrei o Amor",
"Encontrei o sentido da minha vida". Em uma palavra: "Encontrei
Deus!""
Jackson Erpen
- Vatican News
O
projeto de Deus para cada um de nós é sempre um plano de amor. E ao seu
chamado, devemos responder com amor, no serviço a Deus e aos irmãos.
Inspirado
no Evangelho de João - que apresenta o encontro de Jesus com seus primeiros
discípulos - o Papa também convidou a recordamos do momento do encontro
derradeiro que tivemos com o Senhor, “para que a recordação daquele momento nos
renove sempre no encontro com Jesus”. “Todo encontro autêntico com Jesus fica
na memória viva”.
Da
Biblioteca do Palácio Apostólico, também em observância às medidas adotadas
pelo governo italiano para conter a difusão do coronavírus, Francisco começa
sua reflexão descrevendo a cena de Jesus com dois de seus discípulos à beira do
rio Jordão, um deles André. E foi o próprio João Batista – explicou - quem
apontou o Messias para eles com estas palavras: "Eis o Cordeiro de
Deus!"
Em
resposta às perguntas que começaram a lhe ser dirigidas, cheias de curiosidade,
Jesus não apresenta “um cartão de visitas”, mas os convida para um encontro:
“Vinde e vede!” “Os dois o seguem e naquela tarde permanecem com Ele”:
Não
é difícil imaginá-los ali sentados, fazendo perguntas a ele e, sobretudo,
ouvindo-o, sentindo que seus corações se aquecem sempre mais, enquanto o Mestre
fala. Eles sentem a beleza das palavras
que correspondem à sua maior esperança. E de repente descobrem que, à medida que
escurece à sua volta, explode neles, em seus corações, uma luz que somente Deus
pode dar.
Do
verdadeiro encontro com Jesus não se esquece nunca
Francisco
chama então a atenção para a hora precisa deste encontro descrita por João:
Uma
coisa que chama a atenção: um deles, sessenta anos depois, ou talvez mais,
escreveu no Evangelho - “era por volta das quatro da tarde” - escreveu a hora.
E isso é algo que nos faz pensar: todo encontro autêntico com Jesus fica na
memória viva, nunca é esquecido. Você se esquece de tantos encontros, mas o
encontro com Jesus verdadeiro permanece sempre. E tantos anos depois eles se
recordavam também da hora, não puderam esquecer aquele encontro tão feliz, tão
pleno, que havia mudado a vida.
Cada
encontro com Jesus é um chamado de amor
E
quando eles saem e voltam para seus irmãos – continua explicando o Papa – “essa
alegria, essa luz transborda de seus corações como um rio caudaloso”.
Então,
um dos dois, André, diz a seu irmão Simão - a quem Jesus chamará Pedro quando o
encontrar-: "Encontramos o Messias". Estavam certos que Jesus era o
Messias:
Detenhamo-nos
por um momento nesta experiência do encontro com Cristo que chama a estar com
Ele. Cada chamado de Deus é uma iniciativa do seu amor. É sempre Ele que toma a
iniciativa. Ele te chama. Deus chama à vida, chama à fé e chama a um estado
particular de vida: “Eu te quero aqui”.
O
primeiro chamado de Deus – explica Francisco – “é para a vida, com a qual nos
constitui como pessoas; é um chamado individual, porque Deus não faz as coisas
em série”.
Projeto
de Deus é sempre um plano de amor
Depois
– acrescenta – “Deus nos chama à fé e para fazer parte da sua família, como
filhos de Deus. Por fim, Deus nos chama a um estado particular de vida: a
doar-nos no caminho do matrimônio, no do sacerdócio ou na vida consagrada:
São
formas diferentes de realizar o projeto de Deus, aquele que Ele tem para cada
um de nós, que é sempre um plano de amor. Mas Deus chama sempre. E a maior
alegria para cada crente (para cada fiel) é responder a este chamado,
oferecer-se inteiramente ao serviço de Deus e dos irmãos.
Mas
diante deste chamado do Senhor – observa o Pontífice - que nos chega “de mil maneiras”, mesmo “por
meio de pessoas, acontecimentos felizes e tristes, às vezes a nossa atitude
pode ser de rejeição - “Não...“tenho medo”... Recuso porque nos parece em
contraste com as nossas aspirações; e também o medo, porque o consideramos
muito exigente e incômodo: “Oh, não conseguirei, melhor não, melhor uma vida
mais tranquila. Deus lá e eu aqui”:
O
desejo do anúncio que brota do encontro com Jesus
Mas
o chamado de Deus é amor. Devemos procurar encontrar o amor que está por trás
de cada chamado, e se responde a ele somente com o amor. Esta é a linguagem: da
resposta a um chamado que vem do amor, somente o amor. No início há um
encontro, aliás, há o encontro com Jesus, que nos fala do Pai, nos faz conhecer
o seu amor. E assim também em nós surge espontaneamente o desejo de comunicá-lo
às pessoas que amamos: "Encontrei o Amor", “encontrei o Messias”,
“encontrei Jesus”, "encontrei o sentido da minha vida". Em uma
palavra: "Encontrei Deus".
Que
a Virgem Maria – foi o pedido do Papa ao concluir - nos ajude a fazer da nossa
vida um hino de louvor a Deus, em resposta ao seu chamado e no cumprimento
humilde e alegre da sua vontade. E acrescenta:
Mas
recordemos isso: (para) cada um de nós, na sua vida, (houve) um momento em que
Deus se fez presente com mais força, com um chamado. Recordemo-lo. Voltemos
àquele momento, para que a memória daquele momento nos renove sempre no
encontro com Jesus.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-01/papa-francisco-angelus-17-janeiro-2021.html