Informação Especial - 28/01 - Memória das Vítimas do Holocausto. Os Justos, a liberdade e a obstinação do bem
Memória das Vítimas do Holocausto. Os Justos, a liberdade e
a obstinação do bem
Dia em Memória das Vítimas do Holocausto (ANSA)
Os
Justos entre as Nações - pessoas reconhecidas por Israel que salvaram judeus do
Holocausto - são testemunhas da liberdade e da esperança na escuridão da
ideologia totalitária. Estas "pessoas comuns" são o foco de um dia de
estudo e memória on-line promovido pelo Centro Interuniversitário de Pesquisa
Bioética em Nápoles
Entre
liberdade e responsabilidade há uma consanguinidade. Um não pode existir sem o
outro. Juntos eles fomentam a esperança, a virtude e a força que nos permite
opor-nos à morte. É citando o filósofo Emmanuel Levinas que Emilia D'Antuono,
coordenadora do Seminário Permanente "Ética Bioética Cidadania" do
Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federico II de Nápoles, nos
apresenta a conferência dedicada por ocasião do "Dia da Memória" aos
"Justos entre as Nações”.
Liberdade
incoercível
A
"Liberdade Incoercível, a obstinação pelo bem" é testemunhada por
pessoas que agiram heroicamente com o risco de suas próprias vidas e sem
interesse próprio para salvar até mesmo um único judeu da fúria nazista do
Holocausto. Essas pessoas são reconhecidas como "Justos", uma honra
concedida pelo Memorial oficial de Israel, Yad Vashem, desde 1962.
A
obstinação pelo bem
"A
liberdade é incoercível, apesar das tentativas da ideologia nazista-fascista e
totalitária de desarraigá-la de nossa cultura e civilização, zerando a ética da
nossa Europa", afirma a doutora Emilia D'Antuono ao Vatican News. "A
teimosia do bem se tornou evidente com os Justos. Estou convencida de que não
teria sido possível recompor o ethos europeu das lacerações nazistas-fascistas
se os seres humanos "comuns" não tivessem na rotina diária de suas
vidas salvado os homens, a honra e a dignidade da humanidade".
Discernimento
"Os
Justos – continua doutora Emilia - testemunharam que a liberdade e a prática do
bem são possíveis mesmo em situações extremas. Teria sido mais fácil não agir
e, sob a desculpa do medo, conformar-se a um pensamento comum. Muitas histórias
dos Justos - acrescenta - nem sempre são histórias com um final feliz. Muitos
pagaram suas ações com suas vidas. A consciência dessas pessoas sempre
distinguiu o bem do mal, eles preservaram este 'discernimento', para usar uma
palavra cara ao Papa Francisco".
Durante
a conferência, na presença de representantes das comunidades judaica e
acadêmica, participação os parentes de alguns conhecidos “Justos”, como Franco
Perlasca, filho de Giorgio Perlasca que em 1944 salvou a vida de mais de cinco
mil judeus húngaros. Também contará com a participação da Irmã Grazia Loparco,
professora da Pontifícia Faculdade Auxilium, com uma palestra intitulada
"Cumprimos nosso dever. As religiosas que esconderam judeus em Roma
(1943-44)".