Crônica da Semana - Vontade de Deus
VONTADE DE DEUS
Pensar como Jesus pensou
Domingos
Antônio de Almeida
Eu
cresci ouvindo muitas pessoas falarem que e é muito difícil fazer as coisas do
jeito que Jesus quer. Meu pai, um senhor matuto muito simples e de muita fé,
dizia que as coisas de Deus poderiam ser difíceis, mas nunca impossíveis. No
seu jeito simples de falar, ele sempre dizia: “A gente precisa estar agarrado na mão de Deus porque a gente nunca
sabe o que vai acontecer no dia de amanhã.”
Esse mesmo homem, matuto e sábio ao mesmo tempo, feliz e cheio de saúde saiu de
casa de manhã para fazer um passeio em sua terra natal, e morreu no ponto de
ônibus. Ele jamais imaginou que morreria dessa forma, mas como sabia que a
morte lhe era coisa certa, viveu agarrado na mão de Deus.
Às
vezes vêm na minha cabeça alguns pensamentos como verdadeiras revelações. Por
exemplo, eu sempre tive certeza de que a matemática de Deus é diferente da
matemática dos homens, veja dois exemplos. Primeiro: Para Deus onde existe
divisão, partilha, as coisas se multiplicam. Segundo: Onde há egoísmo e indiferença,
não há fartura e nem felicidade. No primeiro exemplo funciona a matemática de
Deus, e no segundo funciona a matemática de quem não sabe ou não quer “pensar como Deus”. Pensar como Deus?
Sim, pensar como Deus. E como seria pensar como Deus? Pensar como Deus é pensar
com a consciência. Diante da dúvida, pergunte: O que Deus faria se Ele
estivesse no meu lugar? Podemos enganar as pessoas, mas não há como enganar
nossa consciência. Abaixo do juízo de Deus, nosso juiz é nossa própria
consciência.
Conforme
dizia meu pai, “se pensar como Deus
for algo muito profundo, então pense com
Deus”. Esse mesmo homem, que pensava
com Deus, dizia sempre: “O homem
deve pagar com a mesma alegria com que recebe”. “Se você for elogiado
demais por algo muito pequeno, não se envaideça, pois por algo bem menor você
poderá ser humilhado”. Um outro
exemplo vem de São Francisco de Assis. Diz a lenda que ele insistia na ideia de
que as pessoas deveriam fazer a vontade de Deus e que a vontade de Deus estava
dentro de cada um. Certa vez, depois de São Francisco e um de seus companheiros
terem levado uma grande surra que quase os levou à morte, com muita dificuldade
São Francisco rastejou-se até seu companheiro, que lhe disse: “Irmão Francisco, se os carrascos
sabiam por que estavam me batendo, até agora eu não sei por que apanhei. Diante
dessa injustiça, existem muitas vontades dentro de mim, e como saberei qual é
vontade de Deus?” São Francisco
serenamente disse ao seu companheiro: “Irmão,
a vontade de Deus deve ser a mais doída, deve ser aquela que exigirá mais de
seu coração.” Depois de alguns
segundos São Francisco voltou-se para seu companheiro e lhe perguntou: “Então, irmão, o que mais está exigindo
de seu coração neste momento?” O
companheiro de São Francisco disse: “Precisamos
perdoar nossos carrascos e pedir a Deus pela conversão deles.”
Pois
bem, mesmo que se Jesus Cristo não tivesse passado pelo sofrimento; pela
misericórdia de Deus a salvação de todos os homens aconteceria do mesmo jeito.
Então Jesus sofreu por quê? Jesus sofreu porque Ele quis passar pela vontade
mais doída, Ele pensou como Deus, pensou com Deus; Ele é Deus.