Informação Especial - 03/09 - Discernir a vocação: as palavras do Papa aos Jovens


Discernir a vocação: as palavras do Papa aos jovens

Recordamos o último capítulo da Exortação Apostólica “Cristo vive”, no qual Francisco reflete sobre como discernir uma vocação. O Papa sublinha a importância da escuta e do acompanhamento.
O tempo de pandemia que estamos a viver tem sido momento propício à leitura e à reflexão. Nesse sentido, propomos aqui o essencial da parte final do texto do Papa dirigido aos jovens na sua Exortação Apostólica “Christus Vivit”, “Cristo Vive”. Francisco propõe um tema fundamental: o discernimento. Para que seja possível suscitar e acompanhar nos jovens a alegria da vocação.
Exercitar a consciência
Francisco, no último andamento da sua Exortação aos jovens de todo o mundo, após o Sínodo dos Bispos de 2018, dedica o capítulo IX ao discernimento. Depois de ter abordado no capítulo VIII o tema da vocação, o Santo Padre desenvolve, nesta derradeira parte do seu texto pós-sinodal a importância da atitude do discernimento:
“Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em marionetes à mercê das tendências da ocasião». E «isto revela-se particularmente importante, quando aparece uma novidade na própria vida, sendo necessário então discernir se é o vinho novo que vem de Deus ou uma novidade enganadora do espírito do mundo ou do espírito maligno» – diz o Papa.
O Papa afirma ainda que o discernimento significa “entrever o mistério” do “projeto único e irrepetível” de Deus. Francisco recorda a importância do “exame de consciência”: “um exercício no qual não se trata apenas de identificar os pecados, mas também de reconhecer a obra de Deus na própria experiência diária, nas vicissitudes da história e das culturas onde se está inserido, no testemunho de muitos outros homens e mulheres que nos precederam ou acompanham com a sua sabedoria” – escreve o Papa.
Como discernir a tua vocação?
O Santo Padre no seu texto refere que para discernir uma vocação é preciso ter “espaços de solidão e silêncio”. Um silêncio que não seja uma forma de isolamento, mas um “discernimento orante” que se predisponha a escutar “o Senhor, os outros, a própria realidade” – diz o Papa.
“Quando se trata de discernir a própria vocação, há várias perguntas que é preciso colocar-se” – lembra o Papa. Conheço-me a mim mesmo, para além das aparências ou das minhas sensações? Sei o que alegra ou entristece o meu coração? Quais são os meus pontos fortes e as minhas fragilidades? E, logo a seguir, vêm outras perguntas: Como posso servir melhor e ser mais útil ao mundo e à Igreja? Qual é o meu lugar nesta terra? Que poderia eu oferecer à sociedade? E surgem imediatamente outras muito realistas: Tenho as capacidades necessárias para prestar este serviço? Em caso negativo, poderei adquiri-las e desenvolvê-las?” – pergunta Francisco na sua Exortação.