Informação Especial - 09/09 - Audiência Geral - Papa: direito à educação não obstante guerra e terrorismo
O
Papa: direito à educação não obstante guerra e terrorismo
Papa Francisco na Audiência Geral - 09/09/2020 |
No
final da Audiência Geral desta quarta-feira, Francisco recordou que hoje se celebra
o primeiro Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques no âmbito dos
conflitos armados e pediu esforços para proporcionar ambientes seguros para os
jovens estudantes, sobretudo em situações de emergência humanitária.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
No
final da Audiência Geral, o Santo Padre recordou o primeiro Dia Internacional
para Proteger a Educação de Ataques, promovido pela ONU, celebrado nesta
quarta-feira (09/09).
Hoje
se celebra o primeiro Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques no
âmbito dos conflitos armados. Convido a rezar pelos estudantes que são
gravemente privados de seu direito à educação por causa da guerra e do
terrorismo. Exorto a Comunidade internacional a garantir que os edifícios que
devem proteger os jovens estudantes sejam respeitados. Que não diminua o
esforço de lhes proporcionar ambientes seguros para a formação, sobretudo em
situações de emergência humanitária.
As
Nações Unidas pretendem passar a mensagem clara de que é importante defender as
escolas como locais de proteção e segurança para alunos e educadores.
Insegurança
A
ONU reforça ainda que a prioridade à educação se deve manter no combate à
pandemia, que levou ao fechamento de escolas para mais de 90% da população
estudantil mundial.
A
organização indica que mais de 22 mil alunos, professores e acadêmicos foram
feridos, mortos ou afetados nos últimos cinco anos em ataques ao setor da
educação durante um conflito armado ou insegurança.
As
Nações Unidas realçam que, em todo o mundo, os ataques a crianças continuam
desrespeitando a proteção infantil como “uma das regras mais básicas da guerra.
A natureza prolongada dos conflitos atuais afeta o futuro de gerações inteiras
de crianças”, sublinha a ONU.
A
organização lembra que sem acesso à educação, uma geração de crianças que vive
em conflito crescerá sem as habilidades para contribuir para seus países e
economias, agravando o desespero de milhões de menores e suas famílias.
Conflitos
A
data foi estabelecida pela Assembleia Geral que conta com os esforços da
Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, e do
Fundo da ONU para a Infância, Unicef.
O
órgão apela ao aumento da consciência sobre a situação de milhões de crianças
que vivem em países afetados por conflitos. A resolução que proclama o dia foi
apresentada pelo Catar e secundada por 62 países.
Em
mensagem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destaca que em tempo da
Covid-19 “crianças e jovens em zonas de conflito permanecem entre os mais
vulneráveis a seu impacto arrasador”.
O
chefe da ONU faz um apelo às partes para garantir que haja um ambiente seguro e
protegido para que as crianças adquiram “conhecimentos e habilidades de que
precisam para o futuro. ”
Ataques
A
ONU se diz preocupada com os efeitos da violência contínua sobre essas crianças
e capacidade de acesso à educação, “cujas consequências requerem atenção
especial para além das necessidades dos alunos com escolas temporariamente
fechadas devido à Covid-19”.
As
estatísticas das Nações Unidas apontam que, entre 2015 e 2019, houve 93 países
onde pelo menos um ataque foi relatado no setor da educação. De forma mais
direta, vários estudantes e educadores foram frequentemente vítimas de ataques
diretos em Estados como Afeganistão, Camarões e Palestina.
Nesse
período, forças ou grupos armados e outros atores estatais usaram escolas e
universidades para fins militares em 34 nações. Esses centros educacionais
serviram como bases, centros de detenção e depósitos de armas. Em 17 nações
foram recrutados alunos de escolas nos últimos cinco anos.
Fontes: VNS e ONU News - https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-09/papa-primeiro-dia-internacional-proteger-educacao-ataques.html