Crônica da Semana - Um Papa para o nosso tempo
Um Papa para o nosso tempo
Escrever para o blog da paróquia tem sido uma tarefa muito prazerosa pra mim. Tenho tido contato com diversas pessoas diferentes e muito especiais na Pastoral da Comunicação. Algumas delas conheço apenas virtualmente, pois entrei na pastoral no início da pandemia. Os autores das crônicas semanais cativam o leitor de diferentes formas. Os textos do Adalto são como um abraço na alma, ao passo que o Domingos escreve com um toque catequético primoroso. Já o Teddy tem um texto carregado de um apelo social, indo ao encontro do que nos exige o mundo atual. E a Berenice, com sua ternura, apoia a equipe com as suas correções certeiras.
Dias
atrás fiquei pensando: como os meus textos podem contribuir para a comunidade?
Sou uma pessoa reflexiva, que procura reparar em tudo o que acontece ao meu
redor e procurar lições. Com esse meu jeito de ser vou criando algumas
convicções, e é esse olhar sobre o mundo que tenho procurado compartilhar com
vocês.
Na
semana passada uma declaração do Papa mexeu com as estruturas da Igreja. Aliás,
sempre que o Pontífice faz qualquer referência a assuntos considerados
polêmicos há um grande burburinho dentro e fora dos seus muros. E aqui surgiu a
minha reflexão de hoje: será que o Papa não deve falar de certos assuntos pelo
fato de eles incomodarem? Entendo que não.
Costumo
dizer que qualquer projeto, desde um pequeno grupo de voluntários até a
condução de uma grande empresa não funciona sem um bom líder. O líder máximo da
nossa Igreja é Jesus Cristo, e quanto a isso não há a menor dúvida. É dele o
grande projeto de salvação. Entretanto foi o próprio Salvador que delegou a
Pedro e aos seus sucessores a missão de guiar o seu povo após a sua subida para
os céus.
O
Papa, sucessor da cátedra de Pedro, não foi escolhido em uma eleição normal,
como a partidária que enfrentaremos no próximo dia 15. Ele foi escolhido por
meio de um conclave, que acreditamos ser inspirado pelo Espírito Santo. Logo,
ele é um homem escolhido por Deus para guiar o seu povo neste tempo.
Vivi
grande parte da minha vida ouvindo falar o nome do Papa João Paulo II na oração
eucarística das missas. Recordo-me que na década de 90, Karol Wojtyla recebeu
um apelido: o Papa Pop. Os meios de comunicação social estavam em franca
expansão, os aparelhos de TV estavam presentes em mais casas e a internet
começava a despontar. E São João Paulo II, por utilizar os meios de comunicação
a favor da evangelização, recebeu um apelido que o aproximava de práticas
mundanas, algo totalmente equivocado.
Hoje,
o Papa Francisco, tal como o Papa que o criou cardeal, é acusado pela imprensa,
e até mesmo por alguns católicos, de estar cometendo heresias e dar orientações
contrárias à doutrina. Todavia, como escrevi acima, procuro refletir sobre as
situações e aprender.
Francisco
é um Papa profético. Já em seu primeiro dia como pontífice pediu que orássemos
por ele. Disse que a Igreja precisa ter mais “cheiro de ovelha”, num claro
chamado para que volvamos o nosso olhar para os mais pobres em um mundo movido
pelo consumismo e infestado de desigualdades. Pediu que a misericórdia seja uma
constante em nossas vidas, e em uma sociedade marcada pela aparência, tem feito
convites constantes à oração. Assim como Bento e João Paulo, tem ensinado a
Igreja a enfrentar os desafios do seu tempo.
Quando
me deparo com acusações ao Papa, antes de julgar, sempre faço a seguinte
reflexão: como Jesus se comportaria diante de tal situação? Com misericórdia ou
com punição? Com convite à conversão ou discriminação? Com um acolhimento
amoroso ou com raiva?
Ao
fazer esta reflexão sempre acabo chegando à seguinte conclusão: Francisco está
certo, e Deus enviou o Papa apropriado para o nosso tempo.
Membro da
Pascom
Paróquia
Imaculada Conceição