Informação Especial - 2/11 - "Finados: Uma comemoração muito especial"

"Finados: Uma comemoração muito especial"

Mensagem de Padre Josimar Lourenço, da Paróquia Imaculada Conceição em Varginha

O Dia de Finados, também conhecido como 'Dia dos Mortos' ou 'Dia das Almas', se trata de um feriado religioso, dedicado a orações e homenagens aos que já se foram. A palavra “finados” significa algo que findou, acabou ou morreu. No Brasil, o costume é visitar as sepulturas dos entes que já morreram, enfeitar seus túmulos com flores, além de acenderem velas e rezarem pelas almas nos cemitérios.


Pe. Josimar C. Lourenço, administrador da Paróquia Imaculada Conceição, em Varginha, enviou mensagem especial aos leitores do Varginha Online, sobre a comemoração do dia de Finados, uma boa oportunidade para meditar sobre a morte, segundo ele.

Confira texto completo:

"Finados: Uma comemoração muito especial"

“No dia 02 de novembro, a Igreja Católica celebra a Comemoração dos Fieis Defuntos. Não é um dia para colocar terror em nosso coração, mas uma boa oportunidade para meditar sobre a morte. A nossa sociedade do bem-estar procura remover a consciência da morte do povo, aos nos fazer viver tão mergulhados nas preocupações cotidianas, de modo que não notemos nem o tempo que passa. Mas não é sábio ou bom afastar a morte de nosso pensamento.

Morrer faz parte do viver e isso não apenas no fim. A morte é companheira de nossa vida: as dores, desilusões, traições, desventuras, doenças, os males, são diminuição de vida e recordam a precariedade da nossa existência nesse mundo. E também, ao considerar a brevidade de nossos dias, redimensionamos o valor das coisas pelas quais lutamos desesperadamente neste mundo e podemos viver com mais paz. Vale a pena notar o quanto a perda de uma pessoa querida sempre nos faz enfrentar a realidade da morte. Parece que a morte vem até nós como um ladrão que sorrateiramente nos tirou a felicidade.

O papa emérito, Bento XVI, numa bela reflexão sobre finados, dizia que nós, cristãos, devemos nos relacionar com a perda de nossos entes queridos a partir da verdade que nos traz a nossa fé. São muitas as superstições e crendices que envolvem a morte humana, mas é a Revelação da Palavra de Deus que ilumina nossas dores e sepulturas. São Paulo dizia que os cristãos não devem ficar tristes como aqueles que não tem esperança.

Cristo, mudou o que a morte significa para nós com tudo o que nos ensinou e quando Ele mesmo enfrentou a morte em favor de todos (Hb 2,9). O amor de Deus atuante em Jesus transformou a nossa existência e o nosso morrer. Desde então, a morte já não é mais a mesma, foi privada de seu veneno. Dizia o Papa emérito: “se em Cristo a vida humana é passagem deste mundo para o Pai, a morte é o momento em que isso se realiza de modo concreto e definitivo” Quem vive como Jesus é libertado do medo da morte, que já não é inimiga, mas uma irmã pela qual se pode também louvar a Deus. E a verdadeira morte que se deve temer é a morte da alma, chamada pelo Apocalipse de a segunda morte: “quem morre em pecado mortal, sem arrependimento, na recusa orgulhosa ao amor de Deus, exclui-se do Reino da Vida” (Bento XVI, ângelus de 01/11/2012).

O que nos prepara para a nossa morte? Será sempre valorizar a vida, procurar vivê-la como Jesus viveu e nos ensinou a viver, pois isso é a santidade. Se cremos que Deus ressuscitou Jesus dos mortos, podemos ter a bendita esperança de que Deus reunirá, através de Jesus, todos os que estão mortos. Nós queremos a vida bem-aventurada, aquela felicidade duradoura que dá sentido à existência, mesmo sem saber bem o que seja e como seja. Vivemos na expectativa do mergulho naquele oceano de amor infinito. É fazendo o caminho, dia-a-dia, com autenticidade, que serenamente nos preparamos para quando Deus quiser nos chamar para estar com Ele e todos os que souberam amar Cristo e seus irmãos. Que não sejamos arrancados desta vida, mas que a nossa morte seja um arrebatamento de amor”.

Fonte: https://www.varginhaonline.com.br/noticias/exibe_noticia.asp?id=186555