Santo do Dia - São Carlos Borromeu
Santo
do Dia
04 NOVEMBRO
2020
São
Carlos Borromeu
Carlos, o segundo filho de Gilberto, nasceu em 2 de outubro de 1538. Menino ainda, revelou ótimo talento e uma inteligência rara. Ao lado destas qualidades, manifestou forte inclinação para a vida religiosa, pela piedade e o temor a Deus. Ainda criança, era seu prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que tinha observado na Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos profanos, eram sinais mais positivos da vocação sacerdotal.
O
ano de 1562 veio a Carlos com a graça do sacerdócio. No silêncio da meditação,
lançou Carlos planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Estes
todos se concentraram na ideia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o
que a Igreja mais necessitava, como base e fundamento da renovação e
consolidação da vida religiosa. Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu
tio (que era Cardeal e foi eleito Papa, com o nome de Pio IV) para esta
necessidade, reclamada por todos os amigos da Igreja. De fato, o Concílio se
realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as ordens da nova lei, ainda
que por esta obediência tivesse de deixar sua posição para ocupar outra
inferior.
Carlos
sabia muito bem que a caridade abre os corações também à religião. Por isto foi
que grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando ele para si só
o indispensável. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família,
distribuía-os entre os desvalidos. Tudo isto não aguenta comparação com as
obras de caridade que o Arcebispo praticou, quando em 1569-1570, a fome e uma
epidemia, semelhante à peste, invadiram a cidade de Milão. Não tendo mais o que
dar, pedia ele próprio esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio,
que teriam ficado fechadas.
Quando,
porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste, e o povo abandonado pelos
poderes públicos, visto que ninguém se compadecia do povo, ainda procurava os
pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos
sacramentos. Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de
tudo o que possuía, para amenizar a triste sorte dos doentes. Mais de cem sacerdotes tinham pago com a vida, na sua
dedicação e serviço aos doentes. Deus conservava a vida do Arcebispo, e este se
aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios e ricos esquecidos
de Deus.
Gregório
XIII, não só rejeitou as acusações infundados feitas ao Arcebispo, mas ainda
recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções. Em resposta a
este gesto do Papa, o governador de Milão, organizou no primeiro domingo da
Quaresma de 1579, um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de Milão,
precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo. O mesmo governador, que
tanta guerra ao Prelado movera, e tantas hostilidades contra São Carlos
estimulara, no leito de morte reconheceu o erro e teve o consolo da assistência
do santo Bispo na hora da agonia. Seu sucessor, Carlos de Aragão, duque de
Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica. O Arcebispo
gozou deste período só dois anos.
Quando
em outubro de 1584, como era de costume, se retirara para fazer os exercícios
espirituais, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e
dizia: “Um bom pastor de almas, deve saber suportar três febres, antes de se
meter na cama”. Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo. Ao
receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas
palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. São Carlos Borromeu tinha
alcançado a idade de 46 anos.
O
Papa Paulo V, canonizou-o em 1610 e fixou-lhe a festa para o dia 04 de
novembro.
São
Carlos Borromeu, rogai por nós!