Agenda Semanal - 18/10 a 25/10
“Dai
a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
- Pe. Josimar C. Lourenço -
Caros leitores, paz e bem!
Embora a fé seja a resposta
individual de cada um à proposta de Deus, nós não a vivemos sozinhos: recebemos
a fé da Igreja, juntamente com o Batismo. Nascemos com a capacidade de crer,
mas fomos ensinados a crer; da mesma forma nascemos com a capacidade de falar,
mas foi preciso alguém nos ensinar a falar.
Também não podemos ser gente
se vivermos isolados dos outros: precisamos das relações, precisamos de amigos,
somos parte da sociedade. Como membros da sociedade, temos direitos e deveres –
em todas as sociedades, também na família. Ai de nós se não aprendemos a
exercer nossos deveres na família, pois tudo começa ali!
Engana-se quem pensa que a fé
não diz respeito à vida em sociedade, pois nosso compromisso com Deus se dá a
partir do contexto no qual ele nos inseriu. Prova disso é a pergunta feita a
Nosso Senhor. A princípio, parece não ter nada a ver com a fé, mas não é bem
assim. Deixando de lado a explicação sobre a dupla armadilha embutida na
pergunta, quero me deter na resposta de Jesus, que ensina-nos duas coisas.
“Devolver a César o que é de
César”. Contribuir com a sociedade, inclusive por meio dos impostos justos, é
um dever moral e civil. Bem sabemos que há impostos abusivos sobre a parcela
mais pobre da população, e também que a corrupção política impede esses
impostos de se reverterem em benefícios para a sociedade. Mas a isso se
responde com participação, sugestão, crítica, envolvimento. O problema é que
reclamamos, mas não somos parte da solução. E há quem dê um “jeitinho” para
fugir aos impostos. É errado! O que não é assumido não é redimido, se não nos
envolvermos não haverá solução.
Mas Jesus responde à pergunta
que não foi feita: “devolver a Deus o que é de Deus”. Se a moeda do imposto tem
a imagem de César, voltemos ao Gênesis para vermos onde está a imagem de Deus:
no ser humano, criado à sua imagem e semelhança. Pertencemos a Deus, pois
carregamos sua imagem. Por isso, ninguém pode ter nas mãos a vida de uma pessoa
como se fosse um objeto que lhe pertence. Somos de Deus e “irrequieto estará o
nosso coração enquanto nele não encontrar descanso” (Sto. Agostinho). Volta e
meia nos perdemos em tantas coisas em busca de felicidade, alegria e do sentido
da vida. Mas tudo isso teremos se nosso coração se volta para Deus.
Ao vivermos esses dias da
visita da relíquia de São Judas Tadeu, deixemos sua vida nos falar. Escute o
que Deus lhe diz através da história de São Judas. E, se puderem, peçam com fé:
que seu testemunho nos leve a nos entregar mais a Nosso Senhor, que assim
sejamos transformados por Deus para, assim, transformarmos a sociedade.