Agenda Semanal - 21/02 a 28/02


 EDITORIAL

Abertos ao diálogo

Ricardo Morais Pereira

Membro da PASCOM

Paróquia Imaculada Conceição

Há muitos anos a Igreja nos propõe reflexões durante a quaresma por meio da Campanha da Fraternidade. Muitos temas ficaram gravados na nossa memória e provocaram relevantes transformações na sociedade. Como não recordar com carinho do refrão “a família como vai?”, tema da campanha de 1994? Ou do refrão “mestre onde moras, mestre onde estás?”, da campanha de 1993?

Neste ano a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos apresenta o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, e a campanha é ecumênica, ou seja, outras igrejas cristãs refletirão este tema conosco nos próximos quarenta dias. Elas fazem parte da CONIC, Conferência Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil.

Apenas isso já foi o suficiente para certas pessoas polemizarem. Entretanto, por fazer menção à defesa de minorias em seu texto base, a campanha da fraternidade e, consequentemente a Igreja e a CNBB, passaram a ser atacadas com ainda mais intensidade por certos grupos.

No mundo de hoje muitas vezes as pessoas se contentam apenas com a manchete do site de notícias ou com frases rasas que chegam por meio das redes sociais. Contudo, nós cristãos não podemos cair nesta armadilha. Ouvi um padre comentar sobre este lamentável episódio, e pra mim foram as palavras mais sensatas que escutei até agora sobre esse assunto.

Segundo o sacerdote, a palavra “diabo” significa “aquele que desune”, e a Igreja se enfraquece por meio da desunião. Por esta razão devemos tomar cuidado para não colaborarmos com esta divisão, seja por meio das nossas palavras, seja por meio do compartilhamento de notícias caluniosas.

Sempre quando me vejo diante de situações difíceis tento imaginar como Jesus agiria. Ele passou quarenta dias no deserto. Teve fome e sede. Enfrentou o cansaço e ainda foi tentado pelo diabo. E em nenhum momento perdeu a paciência, se rebelou. Dos seus lábios saíam apenas palavras de acolhimento e misericórdia. Suas ações sempre foram para juntar o rebanho, e não para dispersá-lo.

Portanto, querido leitor, desejo que nesta quaresma o seu coração esteja aberto ao diálogo, tal como o Coração de Jesus. Imagine como Ele agiria diante de certas situações. Aproveite este período forte para nós cristãos, e por meio das reflexões da Campanha da Fraternidade, revise as suas atitudes: elas têm unido ou dispersado as pessoas e a Igreja? Que sejamos promotores da união e da paz!