Informação Especial - 19/02 - Abertura CFE: Dom Joel pede para que a celebremos com o coração aberto, afastando o que divide e buscando sempre a unidade
Abertura CFE: Dom Joel pede para que a celebremos com o
coração aberto, afastando o que divide e buscando sempre a unidade
A abertura
simbólica e virtual da quinta edição da Campanha da Fraternidade Ecumênica
(CFE), uma realização da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), aconteceu nesta Quarta-feira de
Cinzas, 17 de fevereiro.
O lançamento virtual foi uma escolha das
entidades promotoras da Campanha como forma de prevenção da Covid-19.
Como constava na programação, às 10h houve a divulgação de um vídeo, por meio
das redes sociais da CNBB, com pronunciamentos de representantes das Igrejas
que compõem o Conic. Também houve a apresentação da
mensagem do Papa Francisco sobre a CFE e a quaresma.
No vídeo, dom Joel Portella Amado
(secretário-geral da CNBB) acolheu e saudou a todos e, especialmente, a memória
dos mais de duzentos e trinta mil irmãos e irmãs que o coronavírus levou de
nosso convívio. “A esses e essas, nossa saudade e nosso compromisso por
lutarmos até onde for possível para que essa pandemia encontre o seu término e
sejamos capazes de construir um mundo eminentemente marcado pela fraternidade”,
disse dom Joel.
“É certo que a
fraternidade exige presença, contato, convívio. Mas, exige também maturidade
suficiente para podermos viver o distanciamento quando, por razões que nos
ultrapassam, ele se faz necessário”, disse o bispo.
Dom Joel enfatizou, no vídeo, que esta
Campanha da Fraternidade traz consigo um significado que não podemos perder,
que não podemos deixar morrer, sufocar, abafar. “Perplexas pela pandemia, as
Igrejas que compõem o CONIC, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, e algumas
Igrejas observadoras uniram-se e identificaram no tema do diálogo a mensagem que nosso
tempo necessita”, disse.
Segundo o bispo, é triste ver que nosso tempo
vem apresentando a marca das radicalizações, das polarizações, com o
desrespeito às pessoas, em especial as mais simples, as mais fragilizadas.
“Nosso tempo necessita que radicalizemos a fraternidade e a comunhão, a
solidariedade e a partilha”.
O que é o diálogo?
Ainda, em seu depoimento, dom Joel afirmou que
não se trata, por certo, de querer que todos pensem do mesmo modo, pois Deus
não nos criou clones. “Trata-se, porém, de perceber que a diferença é convite
ao encontro, encontro que se faz exatamente através do diálogo”.
É por isso, de acordo com ele, que a Campanha
da Fraternidade desse ano, Campanha da Fraternidade Ecumênica, tem como tema
não um ou outro aspecto da realidade humana, social, religiosa, econômica ou
política.
“Ela une tudo isso
e chega aos fundamentos maiores, ou, como costumamos dizer, aos fundamentos
últimos do modo como estamos organizando o mundo atualmente. E o mundo não pode
ser organizado a partir da separação, da divisão, do sectarismo, das
polarizações, da destruição nem muito menos da morte, que é a consequência de
tudo isso”.
O secretário-geral da CNBB também afirmou que
a fé nos ensina de onde vem a divisão. “Ela nos mostra quem é o divisor. Ao
contrário, como nos diz a carta aos Efésios, o Senhor Jesus Cristo uniu, formou
um único povo, ainda que as diferenças permaneçam. A Campanha da Fraternidade
Ecumênica desse ano nos recorda, a partir da Carta aos Efésios, que Cristo
derrubou os muros, ou seja, as razões que o pecado faz surgir para a
separação”, disse.
Dom Joel pediu para que não nos esqueçamos de
que o tema do diálogo se encontra em linha de continuidade com a Campanha da
Fraternidade de 2020. “Ano passado, nós fomos convidados a encontrar caminhos
para superar a indiferença e construir relações baseadas no cuidado. E essa construção se dá
exatamente por meio do diálogo, da busca em comum, envolvendo partilha de
ideias, escuta e discernimento”.
“Por isso, irmãs e
irmãos, celebremos mais uma Campanha da Fraternidade, neste ano, uma Campanha
da Fraternidade Ecumênica, com o coração aberto, afastando o que divide e buscando
sempre a unidade. Onde a dificuldade se fizer presente, façamos do diálogo
nosso caminho de solução. Diante da pandemia do coronavírus, o mundo busca
vacinas. Diante dos impasses da vida, onde as radicalizações e polarizações se
manifestam, vacinemo-nos com o diálogo. Esse o Bom Deus não deixa faltar não”.