Informação Especial - Francisco: nas crises, cada pessoa revela o seu coração
Francisco: nas crises, cada pessoa revela o seu coração
Na
mensagem de vídeo, o Papa recordou que devemos “agir com o estilo do
samaritano”, ou seja, “deixar-me atingir pelo que vejo”, sabendo “que o
sofrimento me mudará”, e que o sofrimento do outro exige o meu compromisso.
Mariangela
Jaguraba – Vatican News
Para
“construir o amanhã” depois desta pandemia, que marcou “a vida das pessoas e a
história de nossas comunidades”, devemos “agir com o estilo do samaritano”, ou
seja, “deixar-me atingir pelo que vejo”, sabendo “que o sofrimento me mudará”,
e que o sofrimento do outro exige o meu compromisso. Esta é a reflexão que o
Papa Francisco oferece aos participantes do 65º Congresso de Educação Religiosa
promovido pela Arquidiocese de Los Angeles, EUA, que teve início na
quinta-feira, 18 de fevereiro, e prossegue até o próximo domingo, 21, em forma
virtual, numa videomensagem em espanhol transmitida on-line no início dos
trabalhos.
Junto
com o Congresso, também se celebra hoje o 50º Dia da Juventude da diocese
californiana, guiada pelo arcebispo José Horacio Gómez, que desde novembro de
2019 é também presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos. O Papa
parabeniza o “longo e fecundo caminho” das duas iniciativas, este ano apenas
on-line por causa da pandemia da Covid-19, e define muito pertinente, neste
momento de crise, o tema escolhido para o Congresso: “Proclama a promessa!”
A
promessa que está em cada um de nós
“Precisamos
anunciar e lembrar que temos a promessa de Deus e que Deus sempre cumpre suas
promessas”, frisa Francisco, citando a sua encíclica “Fratelli tutti”, e
recordando que “cada mulher, cada homem e cada geração trazem dentro de si uma
promessa que pode desencadear novas energias relacionais, intelectuais,
culturais e espirituais”.
Com
a proximidade alimentamos a fraternidade
Para
construir um amanhã após a pandemia, “é necessário o compromisso, a força e a
dedicação de todos”, ressalta o Pontífice.
Devemos
agir com o estilo do samaritano, o que implica deixar-me atingir pelo que vejo,
sabendo que o sofrimento me mudará, e devo me comprometer com o sofrimento do
outro. Os testemunhos de amor generoso e gratuito, que testemunhamos ao longo
destes meses, deixaram uma marca indelével nas consciências e também no tecido
social, ensinando que a proximidade, o cuidado, o acompanhamento e o sacrifício
são necessários para alimentar a fraternidade.
“Das
crises”, recorda o Papa, “nunca saímos iguais. Saímos melhores ou piores, mas
nunca iguais. Nas crises, cada pessoa revela o seu coração: a sua solidez, a
sua misericórdia, a sua grandeza e a sua pequenez. As crises nos colocam diante
da necessidade de escolher, de optar e nos comprometer com um caminho”.
A
importância de sonhar juntos, como irmãos
Neste
tempo, “reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana, podemos reavivar entre
todos uma aspiração mundial à fraternidade. Precisamos de uma comunidade que
nos apoie, que nos ajude e na qual nos ajudemos uns aos outros a olhar para o
futuro. Como é importante sonhar juntos”, ressalta Francisco, retomando o
parágrafo 8° da “Fratelli tutti”.
Jovens:
sejam poetas de uma beleza fraterna
Saudando
de modo particular os jovens, o Pontífice os convida à esperança, “uma
realidade arraigada no profundo do ser humano”. “Sejam os poetas de uma nova
beleza humana, uma nova beleza fraterna e amigável”, pede Francisco.
“Os
sonhos se constroem juntos. Sonhamos como uma única humanidade, como viajantes
feitos da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que acolhe a todos
nós, cada um com a riqueza de sua fé ou de suas convicções, cada um com a sua
voz, todos irmãos!