Agenda Semanal - 30/08 a 06/09


“Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens.”
(Mt 16,23)

Mateus escreve seu Evangelho para comunidades do final do séc. I (anos 80/90) que já perderam o fervor inicial e vivem uma fé morna e sem compromisso. Também escreve para nós hoje, dizendo que o caminho cristão não é fácil. Não é cercado de glórias, aplausos, elogios e condescendências. Jesus é imperativo ao dizer, na primeira parte desta perícope, que o caminho é de solidão, renuncia, comprometimento, incompreensão, perseguição e que esse caminho é trilhado à sombra da Cruz. E todo aquele que se recusa a trilhar o caminho que leva à Cruz, é satânico.
Jesus dirige-Se a Pedro com dureza, pois é preciso que os discípulos corrijam a sua perspectiva de Jesus e do Reino de Deus. O plano divino não passa por triunfos humanos, nem por esquemas de poder e de domínio; mas esse plano passa pelo dom da vida e pelo amor até às últimas consequências (a Cruz é a expressão mais radical). Ao pedir a Jesus que não embarque nos projetos do Pai, Pedro está repetindo as mesmas tentações que Jesus experimentou no início do seu ministério (cf. Mt 4,3-10); por isso, Mateus coloca na boca de Jesus a mesma resposta que, então, Ele deu ao diabo: "Retira-te, Satanás".
Na segunda parte, Jesus apresenta uma instrução sobre as atitudes próprias do discípulo. Quem quiser segui-Lo, tem de "renunciar a si mesmo" e "tomar a cruz". “Renunciar a si mesmo” significa, renunciar ao seu egoísmo e auto-suficiência, para fazer da vida um dom a Deus e aos outros. O cristão não pode viver fechado em si próprio, preocupado apenas em concretizar os seus sonhos e projetos pessoais. O cristão deve fazer da sua vida um dom generoso a Deus e aos irmãos. Só assim ele poderá ser discípulo de Jesus e integrar a comunidade do Reino. "Tomar a cruz" é a expressão de um amor total, radical, que se dá até à morte. Significa a entrega da própria vida por amor. "Tomar a cruz" é ser capaz de gastar a vida - de forma total e completa - por amor a Deus e para que os irmãos sejam mais felizes.

Enfim, somos convidados a perceber que a vida que gozamos neste mundo não é a vida definitiva. A vida definitiva passa pelo amor total a Deus e aos irmãos. É essa a grande meta que todos devemos procurar alcançar.