Informação Especial - 28/08 - Importância das redes sociais para a evangelização em tempos de Covid
Importância
das redes sociais para a evangelização em tempos de Covid
As redes socias - novos púlpitos do séc. XXI |
Também
desse modo se realiza aquele modelo de “Igreja em saída” desejado pelo Papa
Francisco e cuja importância foi recentemente reafirmada pelo presidente da
Conferência Episcopal Colombiana, dom Óscar Urbina Ortega, o qual ressalta que
“do ponto de vista da fé, a trágica e dolorosa crise sanitária nos introduz num
novo tempo de graça, num kairos com múltiplos desafios que devem ser objeto de
discernimento e aos quais devemos responder”
Vatican News
“Pregar
através das mídias sociais é como navegar em mar aberto, porque se encontra
todo tipo de pessoa.” Com estas palavras o sacerdote da Arquidiocese de Ibagué,
na Colômbia, padre Cristian Camilo Cárdenas Aguirre, ressalta – numa nota da
Conferência Episcopal Colombiana – que a Igreja local, durante os meses de
contágio do coronavírus, também reconheceu a importância de intensificar o
acompanhamento espiritual da população através do apoio tecnológico alcançando,
via internet, várias circunscrições eclesiásticas do país, as comunidades
forçadas ao isolamento após as medidas sanitárias adotadas pelo governo.
Desse
modo, as redes sociais tornaram-se cada vez mais fundamentais neste tempo de
crise, representando um dos canais de informação mais utilizados pelos
sacerdotes.
Tomar
o largo e lançar as redes
“Na
igreja se pode pregar, mas sempre às mesmas pessoas, que conhecem o Evangelho,
que são piedosas ou religiosas, ou àqueles que querem começar a percorrer esse
caminho ou já estão acostumados a um certo tipo de diálogo conosco. Mas quando
se ousa pregar através de redes sociais, se alcança ateus, católicos,
protestantes, muçulmanos, etc., qualquer um, seja crente ou não. Isto é
interessante porque você percebe que eles também ouvem, como é evidente nos
comentários que deixam”, explica padre Cárdenas Aguirre.
Um
ponto de referência para o sacerdote sempre foi, não apenas nestes dias de
crise, a passagem extraída do Evangelho de Lucas na qual o Senhor convida a ir
ao mar e lançar as redes. Um modo de evangelizar que vem sendo realizado há
cerca de quatro anos, enriquecido a cada semana por uma reflexão em formato
vídeo sobre a Palavra.
“Comecei
no Facebook, depois continuei no YouTube e no Instagram”, explica ele. “Durante
esta pandemia, as pessoas tiveram mais tempo para estar em redes sociais, com a
necessidade de mais acompanhamento, o que fez de modo com que a reflexão se
desse todos os dias.”
As
redes sociais, púlpito do século XXI
Até
Tik Tok, visto inicialmente com desconfiança, foi usado pelo sacerdote após ter
sido convencido pelos jovens da pastoral da juventude da arquidiocese: no final
houve um boom de contatos que agradavelmente o surpreendeu, como ele mesmo
disse:
“A
pandemia nos fez entender que as redes sociais tinham que ser inundadas pelo
Evangelho porque se a Igreja não o fizer outras pessoas o farão, mas com outros
tipos de conteúdos.”
“Em
meio à tragédia, ela foi capaz de se atualizar sobre esse aspecto. Já é claro
que o púlpito do Séc. XXI é constituído pelas redes sociais, e embora possamos
ter um grande público, mas nem sempre muito receptivo, são em todo caso espaços
que ganharemos”, conclui.
Chamado
à conversão, novidade permanente do Evangelho
Também
desse modo se realiza aquele modelo de “Igreja em saída” desejado pelo Papa
Francisco e cuja importância foi recentemente reafirmada pelo arcebispo de
Villavicencio e presidente da Conferência Episcopal Colombiana, dom Óscar
Urbina Ortega, o qual ressalta que “do ponto de vista da fé, a trágica e
dolorosa crise sanitária nos introduz num novo tempo de graça, num kairos com
múltiplos desafios que devem ser objeto de discernimento e aos quais devemos
responder, mas que em última instância nos confrontam com a novidade permanente
do Evangelho que é o chamado à conversão”.
Daí,
o convite do prelado a realizar projetos e objetivos que sejam “claros,
estimulantes, e que ponham as comunidades locais em movimento, pois nossa
tarefa é tornar possíveis novos inícios de fé, favorecê-los e acompanhá-los num
clima de humildade e espírito de serviço”.
Só
assim será possível, reitera, “alcançar um novo alvorecer, a superação da
pobreza, a reconciliação, a fraternidade e a fé dos povos”, tornando-se
verdadeiros “missionários da esperança” para aqueles que vivem na desolação e
na vulnerabilidade.
(L’Osservatore Romano)
24/08/2020