Crônica da Semana - A máscara da caridade


A máscara da caridade


-  Eduardo da Silva (Teddy) -
“Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é este...
Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças.” (Marcos 12:30)
Como uma mensagem fácil de se entender pode ser tão difícil de se viver?
Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe. (Marcos 12:31)
Outra mensagem…
“Não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem com você.”
Mais uma...
“Faça o bem sem olhar a quem.”
“Mas ele, querendo justificar-se (o doutor da lei), perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?” (Lucas 10,29)
Esta foi a mensagem da Campanha da Fraternidade antes do isolamento social. Frases diferentes, mas que transmitem o mesmo pensamento. Estas mensagens me remetem a outras palavras: caridade, compaixão, solidariedade, bem-querer, não prejudicar, ajudar, generosidade, etc. Se deixarmos estas mensagens só no pensamento, não terão serventia para nossa vida. Quando deixamos a mensagem entrar no coração, uma transformação acontece, mudam-se nossos hábitos.
Vamos pensar na nova rotina do momento, algo impensável até o começo deste ano: usar máscara para sair de casa. Lembrando que no passado a máscara tinha sentido diferente, negativo e pejorativo. Nos filmes de bang-bang o bandido usava máscara para assaltar o banco. Nas décadas de 1980 e 1990 o artista exibido era sinônimo de mascarado, aquele galã que desfilava em carrão invocado. Mascarados também eram os meninos boas-pintas da escola os quais ostentavam a melhor roupa, a mochila de marca e gabavam-se de seus penteados. Pode parecer estranho o título de hoje, mas usar máscara é um ato de caridade. Usar a máscara é amar o próximo como a si mesmo. É se preocupar em não contaminar ninguém, como você gostaria que fizessem com você.
De vez em quando expomos um pensamento egoísta: Como vou contaminar o próximo se eu não estou contaminado? É exatamente aí que está o ato de caridade. Ainda não se consegue saber quem está contaminado ou não. É uma doença silenciosa que demora revelar seus sinais e sintomas, e às vezes eles nem se manifestam. Quando se descobre, é possível já ter tido contato com outras pessoas. Em direção oposta ao segundo mandamento, surgem atitudes soberbas e arrogantes, como esta: “Não uso máscara porque não vou pegar essa doença, eu acredito em Deus, eu confio em Deus.” Mas “Jesus disse (a satanás no deserto): Foi dito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.” (Lucas 4,12)
Qualquer um de nós sendo assintomático, mesmo sem querer, somos capazes de contaminar pessoas queridas, vulneráveis e de saúde mais frágil. Somente sentiremos o perigo quando o pior acontecer dentro das nossas casas, no seio de nossas famílias, atingindo nossos pais mais idosos e avós por quem temos carinho.
Que Deus guarde a todos com saúde, mas devemos fazer nossa parte, com atitudes simples e humildes, criando o hábito de usar máscara, lavar as mãos com sabão ou usar álcool em gel. É necessária a humildade de entendermos que não somos médicos e que existem pessoas com mais conhecimento em saúde do que nós. Que Deus nos ilumine para desejarmos de verdade o bem ao nosso próximo.
Não usar máscara é egoísmo, usar máscara é altruísmo!