Agenda Semanal - 20/12 a 27/12



 EDITORIAL

Pe. Josimar C. Lourenço

 Na liturgia celebrada durante todo o ano, a Igreja nos forma, modela nossos pensamentos e sentimentos que muitas vezes se deixam levar por ilusões. O mesmo ocorre durante o tempo do advento, que é dividido em duas partes. A segunda etapa deste tempo começa sempre no dia 17 de dezembro e é composta daqueles sete dias que antecedem o Natal do Senhor. É uma semana especial, pois olhamos para os acontecimentos mais próximos à vinda do Salvador a partir do hoje da nossa história.

Em alguns lugares, celebra-se nesses dias a festa de Nossa Senhora da Expectação ou Nossa Senhora do Ó. Nos mosteiros há o costume, ao fim da oração da tarde, de os monges e monjas prorromperem o canto de um belo e longo “Ó!”, que simboliza a grande admiração de todo o universo pela vinda do Deus Conosco. Se a liturgia nos educa nossos pensamentos  e sentimentos e veio nos cultivando em nós desde o início do advento a virtude da esperança, nestes dias florescem o desejo da vinda do Senhor e a admiração por obra tão maravilhosa e o seu significado.

Neste contexto, a liturgia do 4º domingo do advento, último domingo antes do Natal, traz a grande promessa feita a Davi; promessa que atravessou o Antigo Testamento até desembocar nas palavras do Anjo a Maria, como as águas de uma nascentes que, humildemente, mas cheias de coragem, percorreram um longo e acidentado caminho até chegar ao almejado e profundo oceano azul.

Na primeira leitura, vemos que o Rei Davi quis construir um templo para Deus. Isso lhe foi negado, porém dado como incumbência ao filho, o Rei Salomão. Mas, o verdadeiro Templo de Deus não foi construído pelo Rei Salomão, e sim pelo Espírito Santo; não em Jerusalém, mas no ventre de Maria Santíssima.

O Rei Davi quis ver construído o Templo de Deus e não o pode. Nós vemos esse templo sobre o altar e o recebemos em Comunhão, pois o projeto de Deus, sua Palavra, se fez Carne, está presente agora não em um edifício, mas em uma pessoa e em todas as pessoas que o acolhem. Por isso, espero que o Natal que desejamos e é causa de tanta alegria e admiração o seja pelo seu sentido mais bonito: Deus vem até nós e mora naqueles que o acolhem.