Crônica da Semana - A missão dos Mensageiros

A MISSÃO DOS MENSAGEIROS              

(Adalton Cristino Borges)

Será que já fizemos uma pausa alguma vez para refletir que em toda nossa vida, mesmo antes de nascermos, várias pessoas foram e são mensageiros em nossa caminhada e que por diversas ocasiões também nos tornamos e ainda estamos como emissários?

Historicamente os reis e imperadores tinham seus mensageiros que caminhavam a cavalo ou até mesmo a pé, correndo dia e noite para levar as mensagens de paz ou de guerra aos seus superiores e várias vezes chegavam tão cansados que acabavam de repassar as notícias e faleciam ou ainda de forma mais cruel não eram muito bem vistos e eram mortos quando traziam más notícias. E assim eram bem quistos ou não, dependendo muito do teor das mensagens que levavam ou traziam, cumprindo a missão que lhes era confiada.

No Antigo Testamento podemos crer que os profetas eram mensageiros de Deus que através dos seus comportamentos e palavras defendiam os pobres, os injustiçados e pregavam contra o modo massacrante que muitos reis governavam, e deixavam transparecer seu egoísmo e falta de fé. Alguns profetas, por outro lado, eram influenciadores e tinham o apoio e o respeito de alguns governantes que os admiravam pela sabedoria e convicção apresentada em seus pronunciamentos.

Podemos considerar também os Reis Magos como os Mensageiros da Paz. Pois guiados pela Estrela de Belém, sinal e mensagem de Deus para eles que, segundo a tradição da nossa Igreja, foram os primeiros que viram o Jesus recém-nascido e O anunciaram, e tornaram-se os mensageiros da paz. Não reportaram a Herodes conforme tinham combinado, pois ele queria saber o local exato onde Jesus havia nascido não para adorá-lo como um Rei, mas sim para matá-lo. Os Magos então receberam do Senhor o sagrado discernimento e voltaram, cada um para a sua terra, anunciando a Boa Nova do nascimento do filho de Deus feito homem.

Após o nascimento de Jesus, o último dos profetas foi seu primo João Batista, que de modo muito humilde, mas incisivo, antes da iniciação da vida pública de Jesus, foi enviado como um emissário que seguia à sua frente alertando o povo para que se preparasse e endireitasse o caminho do Senhor, pregando sobre a missão de Jesus, que seria aquele que não mais iria batizar com água mas sim com o Espírito Santo. (Mc 1,1-8)

Na realidade, todos nós fomos ou somos mensageiros na vida dos familiares e dos nossos próximos: os antecessores avós, prepararam e cuidaram dos nossos pais para que unidos sacramentalmente edificassem uma família e que por amor e graça de Deus, concebessem a nós filhos.

Os médicos e todos que participaram da gravidez das nossas mães e esposas foram embaixadores cuidando e anunciando com alegria o nosso gênero masculino ou feminino.

Nossos familiares e amigos, assim como os Reis Magos, visitaram-nos após nosso nascimento e dos nossos descendentes, presenteando-nos e se alegrando com a chegada de uma nova vida e com certeza espalharam esta boa notícia.

Os queridos professores também foram e são nossos arautos, pois com paciência e perseverança ensinaram e despertaram em nós com a sua vocação as mensagens e as realidades necessárias do mundo para a nossa formação acadêmica.

Devemos reconhecer também que os Sacerdotes, Catequistas e Irmãos de Comunidade sempre serão os eternos mensageiros e responsáveis pelo amadurecimento da fé, que após as sementes lançadas por nossos Pais, foram cultivadas e que constantemente testemunham na vida as suas atitudes de fraternidade, propiciando-nos ser os continuadores da missão de anunciar que Jesus é o nosso Rei e o que seu Reino deve acontecer diariamente entre nós.

Peçamos também que os profissionais da comunicação e todos os meios e mídias tradicionais e contemporâneas, possam ser fiéis anunciadores da verdade e promotores da paz e que sejam a cada dia mais independentes, mas coerentes diante da enorme missão e responsabilidade que possuem.

Que neste tempo do Advento repensemos atitudes como mensageiros de Deus em nosso meio, iniciando na família, para que todos, mesmo neste período de dificuldades e provações, possamos promover a caridade, anunciando sempre a Boa Nova que no Natal celebramos: que a nossa abençoada missão de mensageiros continue mais alicerçada na fé: Jesus nasceu e com Ele a salvação dos homens!