Informação Especial - 14/12 - A tarefa dos leigos na Santa Liturgia
A tarefa dos leigos na Santa Liturgia
- Jackson Erpen - Vatican News -
No
nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio vaticano II, vamos falar
hoje sobre “a tarefa dos leigos na Santa Liturgia”.
“A
celebração da Missa, como ação de Cristo e da Igreja, é o centro de toda a vida
cristã, em favor da Igreja, tanto universal como particular, e de cada um dos
fiéis, aos que «de diverso modo afeta, de acordo com a diversidade de ordens,
funções e participação atual. Deste modo o povo cristão, “raça eleita,
sacerdócio régio, nação santa, povo escolhido”, manifesta sua coerente ordem e
hierarquia». «O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou
hierárquico, embora diferentes essencialmente e não somente em grau,
ordenam-se, sem dúvida, um ao outro, pois ambos participam de forma peculiar do
único sacerdócio de Cristo»”.
Dedica
seu capítulo II à “Participação dos fiéis leigos na celebração da Eucaristia”
(Redemptionis Sacramentum, n. 36). Partindo desta Instrução da Congregação para
o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, padre Gerson Schmidt, que tem
nos acompanhado na exposição dos documentos conciliares, nos propõe hoje uma
reflexão sobre “A tarefa dos leigos na Santa Liturgia”:
"No
encontro anterior refletimos sobre o Ministério Extraordinário da Santa
Comunhão que nasceu depois do Concilio Vaticano II pela necessidade de apoio
aos ministros ordinários (bispos, presbíteros e diáconos). Segundo a carta
Redemptionis Sacramentum, da Santa Sé[1],
os fiéis leigos, exercem reta e louvavelmente também outras tarefas
relacionadas com a sagrada Liturgia, conforme à tradição, para o bem da
comunidade e de toda a Igreja de Deus. Convém que se distribuam e haja ensaio
entre as várias tarefas e as diversas partes de uma mesma tarefa.
Segundo
o número 44 dessa instrução, além disso, nos Ministérios instituídos de leitor
e acólito, entre as tarefas acima mencionadas, em primeiro lugar estão os
acólito e os leitores com um encargo temporal, aos que se unem outros serviços,
descritos no Missal Romano, como também a tarefa de preparar as hóstias, lavar
os panos litúrgicos e similares.
Todos
«os ministros ordenados e os fiéis leigos, ao desempenhar sua função ou ofício,
façam tudo e somente aquilo que lhes corresponde», fazendo-o na mesma
celebração litúrgica, ou em sua preparação, sendo realizado de tal forma que a
liturgia da Igreja se desenvolva de maneira digna e decorosa. Evite-se uma
espécie de «clericalização», como se fala, enquanto os ministros sagrados
assumem indevidamente o que é próprio da vida e das ações dos fiéis leigos.
Conforme
o Catecismo da Igreja Católica, com base no direito canônico, “se tiverem as
qualidades exigidas os leigos podem ser admitidos de maneira estável aos
ministérios' de leitores e de acólitos. "Onde a necessidade da Igreja o
aconselhar, podem também os leigos, na falta de ministros mesmo não sendo leitores
ou acólitos, suprir alguns de seus ofícios a saber exercer o ministério da
palavra, presidir às orações litúrgicas administrar o Batismo e distribuir a
sagrada Comunhão de acordo com as prescrições do direito"(Catecismo, 903).
Ainda
no número 1143 do Catecismo nos aponta o fundamento dos ministérios a partir do
Sacerdócio comum dos fiéis. Diz assim: “No intuito de servir às funções do
sacerdócio comum dos fiéis, existem também outros ministérios particulares, não
consagrados pelo sacramento da ordem, e cuja função é determinada pelos bispos
de acordo com as tradições litúrgicas e as necessidades pastorais. “Também os
ajudantes, os leitores, os comentaristas e os membros do coral desempenham um
verdadeiro ministério litúrgico” (Catecismo, 1143).
O
fiel leigo que é chamado para prestar uma ajuda nas Celebrações litúrgicas e
deve estar devidamente preparado e ser recomendado por sua vida cristã, fé,
costumes e sua fidelidade para o Magistério da Igreja. Convém que haja recebido
a formação litúrgica correspondente a sua idade, condição, gênero de vida e
cultura religiosa.
É
muito louvável que se conserve o costume de que crianças ou jovens, denominados
normalmente assistentes (coroinhas), estejam presentes e realizem um serviço
junto ao altar, similar aos acólitos, mas recebam uma catequese conveniente,
adaptada à sua capacidade, sobre esta tarefa. Não se pode esquecer que do
conjunto destas crianças, ao longo dos séculos, tem surgido um número
considerável de ministros consagrados. A esta classe de serviço ao altar podem
ser admitidas meninas e mulheres, de acordo com os critérios do Bispo diocesano
e observando as normas estabelecidas."
*Padre
Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da
Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação
pela FAMECOS/PUCRS.
___________________________________
[1]
INSTRUÇÃO REDEMPTIONIS SACRAMENTUM Sobre algumas coisas que se devem observar e
evitar acerca da Santíssima Eucaristia. Santa Sé. Em Roma, na Sede da
Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, na solenidade
da Anunciação do Senhor, 25 de março do 2004.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2020-12/leigos-liturgia.html